ela já te ingeriu,
crioula,
filha de uma papoula,
olhar inerente a si mesma
prolixa e sem função,
e você nem sabe por quê;
ela já te digeriu,
já pensou que sabe do que todos falam,
e também nem sabe por quê,
tão humilde escolha,
ser criança para sempre como num filme sobre aquela esverdeada folha
você podia me contar algo novo, que tal?
algo de que eu não sei por quê;
pode nunca mudar minha vida,
porque eu sei tanto de tão pouco,
que só precisava ver,
que ela já te engoliu,
e nem eu sei por quê,
que depois dessa nulidade nutricional,
só me restou sua azia de A a Z,
com todas as letras do beto-alfa,
que até caberiam numa música;
se não fossem esses dias fantasmagoricamente obstruídos,
se eu ainda morasse no celeiro daquele cavalo,
se eu não tivesse esquecido,
se eu soubesse por quê.
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